sexta-feira, 31 de maio de 2013

Merdas acontecem!

Dos dias que dói tudo. Logo cedo escrevi lembranças dum ontem alegre para tentar não sentir. Fingir que não estava prestando atenção a tensão, a tristeza, a irritação com os detalhes pequeninos e cotidianos. Como o cachorro que estava alegre demais e veio todo babante me fazer festa. Como sempre. Como o sol que brilhava demais pra tempos que deviam-me, ora bolas, tempestades e trovoadas. 
Mas o que eu queria mesmo era reclamar de certas coisas que aconteceram por esses dias, notícias ruins, ausências, saudades, lutos. Mas hoje não consegui. Até porque não é educado incomodar as pessoas e todos tem seus problemas, afinal de contas. E o que eu iria contar? Que o mundo também é mau com pessoas legais, que a vida quase nunca é justa, que merdas acontecem? 
Pois é. Então é isso que eu queria falar, no final das contas. Merdas acontecem, caros colegas! 
E manter-se alegre depois de certas notícias é dessas coisas que demandam energia demais. Tô fraca, meu louro!

Carinho

Como nossos pais. Cantar no Karaokê da Lagoa. Depois curar a ressaca num dia inteiro de maresia e risadas. Os problemas pensamos amanhã, acordo tácito e silencioso entre mulheres que já sofreram demais. Porque sabemos que a vida aos poucos vai se ajeitando. E é essa certeza que me faz sorrir enquanto observo L., filha da querida há quase vinte anos, lendo um livro que também foi nosso. Adolescentes. Banho de rio. Banho de mar. Mornidão confortável.
O mundo sempre dá seu jeito. E a vida nos acarinha vez ou outra. Sempre que deixamos.
Voltamos cantando juntas no carro.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Fim de uma era

Monólogo interior: “Olha, só você! Querendo ficar felizinha. Pensando em caminhar, fazendo planos de voltar para yoga. Isso é muito sério, você está realmente querendo resolver as pendências daquele tal projeto. E ter um relacionamento legal, que audácia! Esse é o fim de uma era. Você vai perder a sua angústia existencial e com ela a capacidade de criar. Vai ser horrível. Você vai acabar num camarote no carnaval da Bahia desse jeito. Tome tento, criatura!”. 

Tudo isso enquanto comia meio pote de 400 gramas de doce de leite. Chorando e escrevendo. Escrevendo e chorando. E foi com a colher de sobremesa enfiada na boca, enquanto as lágrimas escorriam abundantes, que me dei conta. Oi, TPM.