"Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria. Atrás das janelas, retomo esse momento de fel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor.
Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face.
Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo.
Sorrio, então. E quase paro de sentir fome"
(Caio Fernando Abreu. Pequenas epifanias via Silvia Badim)
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