quinta-feira, 14 de novembro de 2013

R.S.V.P

Este post faz parte da segunda semana do  projeto "caderno de notas" - com o tema "essa é minha carta ao mundo". 

Oieeeeeeeeeee,

Escrevo para lhe agradecer. Principalmente, mas não só. Porque tive mãe que me educou e pai que me fez antes disso e junto, até ir comprar cigarros e dia destes voltar para dum jeito meio torto explicar que você é mesmo redondo e engraçado.

Pelo amor do homem com quem tenho partilhado algumas de suas tantas estradas e que ainda hoje eu receberia com alegria em qualquer estação. Também pelos outros. Pelo muito amor que dei e recebi. Pelo seu chão que cabe tanta gente bonita, elegante e sincera.  E pelo que me sobrou de espaço para construir uma casa cheia de planos para dentro e por fora.

Gostaria também de escrever como quem te dá mão para atravessar a rua e descanso num abraço quentinho de irmã que também tem a cabeça cheia de passarinhos e um interior de ardências e desejos que em mim não cabem. E vez e outra viram erupção em letras e cores. Torço para que estas, escoado por excesso de amor ou de ódio não tenham destruído muito de ninguém. E se não for pedir demais aos deuses e deusas possam até (oxalá) terem servido para além de mim, eu que sem elas não sei se.

Também rabisco sem jeito e junto e aqui o meu pedido de desculpas. Das vezes que quis mais que você explodisse. Já pensou que horror imaginá-lo pelos ares num catablum onomatopéico causado seja por que cargas d’água, fogo, ou d’ar? Podemos fazer as pazes rindo disso juntos, querido?

É que não foi fácil entender que é a partir de você, naquele jardim com grama coberta pela colcha florida em retalhos azuis que contei estrelas e comentei com meu amor do céu e do lado certo de Marte, aquele outro planeta cheio de pessoas verdes com antenas e hábitos estranhos.

Finalmente, escrevo por que quero convidá-lo para comemorar mais uma estação que vem chegando. Outra. Aquela mesmo. Novamente. Vamos ficar eu e você tomando cerveja, suando em bicas e suburbanamente molhando-nos em banhos de mangueira num verão de lascar aqui no Nordeste? Garanto a cerveja se o pagamento do novo emprego não falhar e faço um caldo de sustança pra nós. Também já posso confirmar como companhia música nossa e das boas.


Vai que rola até as pazes com aquela história antiga que solicitou minha amizade novamente. Sequer tremi, acredita? Mas isso só posso te contar pessoalmente.

Topas? Topas?

Raquel Cardoso Stanick 

R.S.V.P

Um comentário:

  1. Quantos sentidos há numa carta escrita ao mundo? Porque acho que todos lêem e se sentem correspondidos, de alguma forma. Que a ternura não nos falte...

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